Dia da Memória Dehoniana

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MÁRTIRES DEHONIANOS

No ano 2000, o Superior Geral, P. Virginio Bressanelli, ao anunciar à Congregação a aprovação do Decreto do martírio do Beato Juan Maria de la Cruz, publicou uma lista de outros mártires e convidou-nos a:\"recuperar a memória histórica das figuras significativas de irmãs e irmãos que podem ser modelos para vivermos com maior intensidade a vocação e a missão que temos na Igreja e no mundo de hoje\".
Em 2004 o Superior Geral da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, P. José Ornelas Carvalho, mandou uma carta a todos os membros da Congregação convidando a todos para fazer uma memória especial daqueles que se foram, mas que durante toda sua vida deram um testemunho de seu grande amor ao Coração de Jesus.
Na carta dirigida à Congregação a 31 de Maio de 2004, instituiu o dia 26 de Novembro como o Dia da Memória Dehoniana. Fica um extracto dessa importante carta do Superior Geral:
«O Governo Geral assume esta recomendação com um profundo sentido de agradecimento a Deus por todos os missionários e religiosos dehonianos que foram e são fiéis ao carisma e convida todos a honrar de modo particular os nossos mártires. Por isso, na sessão do Conselho Geral de 11 de Maio, instituiu o DIA DA MEMÓRIA DEHONIANA, que passará a ser celebrado todos os anos no dia 26 de Novembro, dia da morte de Mons. Wittebols scj. (…) Que esta data seja oportunamente preparada e celebrada em todas as comunidades, sobretudo nas comunidades de formação, assim como com os leigos que colaboram nas nossas actividades pastorais, educativas e missionárias. Que a celebração deste dia se torne uma ocasião para conhecer e recordar aquelas pessoas que marcaram a história da Província/Região/Distrito e Congregação, ou uma determinada obra ou sector da nossa missão».

MÁRTIRES DEHONIANOS NA EUROPA.

Pe. Mariano João Garcia Méndez (1891-1936)
O padre Mariano João Garcia Méndez é o nosso beato Juan Maria de la Cruz. Ele morreu fuzilado juntamente com outros presos. O motivo de seu martírio foi por ter defendido uma igreja saqueada por homens, eles estavam queimando as alfaias, isso gerou incomodo no sacerdote que não ficou calado. Ao ser chamado de louco pelos vândalos, padre Mariano respondeu: “\"No, yo soy sacerdote\" (Não, eu sou sacerdote). Sua beatificação ocorreu no dia 1º de março de 2001, em Roma. A festa litúrgica foi fixada para o dia 22 de setembro.

Pe. Franz Stanislaus Löh (1879-1941)
Nestes tempos havia se instalado o regime violento do nazismo; seus objetivos hostis à Igreja, visavam principalmente as Congregações Religiosas. No dia 4 de abril de 1936, Pe. Loh como provincial e outros 12 Padres Dehonianos, foram processados no grande Tribunal Correcional de Krefeld. Padre Loh viveu como clandestino em Luxemburgo, mas depois foi preso. A dura pena carcerária, os trabalhos forçados, a cela solitária e uma doença incurável (diabete), que há tempos o afligia, conduziram-no rapidamente à morte.

Pe. Nicola Martino Capelli, scj (1912-1944)
Um período de grandes conflitos entre as tropas alemãs e os guerrilheiros. Preso pelas tropas alemãs, Padre Capelli foi acusado por um jovem de ter entrado em contato com os guerrilheiros, mas o motivo do contato foi pelo seguinte fato: quando num bombardeio, no dia 25 de setembro de 1944, uma menina ficou gravemente ferida e não se achando o devido medicamento em nenhuma das farmácias da região, ele entrou em contato com os guerrilheiros, pois, eles possuíam remédios para as suas necessidades e conseguiu deles o remédio; e assim, a menina foi salva.de Um dos presos. Padre Capelli foi fuzilado junto com outros presos. Aldo Ansaloni, que coxeava, fingiu-se de morto e escapou desse banho de sangue. Mais tarde, ele testemunhou que o Pe. Capelli, já mortalmente ferido, ainda se ergueu, pronunciou algumas palavras que ele não entendeu, deu a bênção e logo caiu de braços abertos sobre os outros cadáveres.

Pe. Kristiaan Hubertus Muermans (1909-1945)
Cerca de 20.000 operários-escravos morreram pelas extravagâncias da prisão, por doenças ou ainda assassinados pela SS. Até o presente, não se sabe como morreu o P. Muermans. Quando o campo de concentração foi libertado, ele já havia morrido algumas semanas antes. É Pe. Muermans um mártir? Sim, \"pois, os mártires hodier-nos não morrem apenas pela fé, mas, muito mais vezes, por seu envolvimento em prol da justiça social\" (Stimmen der Zeit).

Pe. Joseph Bendikt Stoffels, scj (1895-1942) e Pe. Nicolas Wampach, scj (1909-1942)
Segundo declarações das autoridades civis de Dachau, os dois Padres haviam morrido de morte natural: bronquite, angina e parada cardíaca. Só 40 anos depois, pesquisas feitas revelaram que os dois Padres, junto com outros dois Sacerdotes, Theophil Becker e Batty Esch, e provavelmente ainda outros padres, já haviam morrido antes, nas câmaras de gás do Castelo de Hartheim. Pe. Stoffels se encontrava no grupo de 33 padres, que no dia 28 de maio de 1942, foram levados para lá e mortos na câmara de gás. No dia 12 de agosto, Pe. Wampach, junto com outros 26 padres, teve o mesmo destino.

MISSIONÁRIOS E MÁRTIRES DEHONIANOS DO CONGO.

Pe. Joseph Tegels, scj (1923-1961)
Na Missão dos Padres Dehonianos no Congo, foram mortos 28 confrades da Congregação SCJ, a saber: o Bispo de Wamba, Dom Joseph Wittebols, 22 Padres e 5 Irmãos Religiosos. Entre esses está o padre Tegels, scj que, aos 29 anos de idade, partiu para Congo no dia 10 de dezembro de 1952. Seu primeiro e único posto de trabalho foi em Basoko. A situação na missão ficou do mal para o pior. No dia 3 de fevereiro o Padre José Tegels escreveu sua última carta a sua Família em Vlodrop. Padre José Tegels foi perseguido por um soldado e no refeitório de um convento ele atirou em Padre José e o matou. Isso foi em Basoko no dia 14 de fevereiro de 1961.

Pe. Aquilino Bernardo Longo (1907-1964)
Padre Longo, scj foi ferido no peito por uma lança, o golpe mortal, como ele mesmo dissera, não matou a sua alma. “Vocês podem matar meu corpo, mas minha alma vai para o céu”. Ele também ainda abençoou o seu agressor e murmurou: “Não é a morte, mas um sonho”. Ao pronunciar estas palavras ele caiu no chão, enquanto os Simbas se precipitaram contra ele, matando-o a golpes de lança. Terminada a ação selvagem, o comandante se aproximou e lhe disparou um par de balas pela cabeça. “Eu o vi” comentou a Irmã Maria Ancella, “no momento em que a lança passou por seu peito... Feliz Sacerdote do Sagrado Coração! Seu coração aberto, teu coração aberto; amor por amor”.

Bispo Dom Joseph Wittebols (1912-1964)
Alguns dias antes de morrer o bispo foi batido até sangrar. No dia 24 de novembro se apresentou o desenlace final. Era o dia da libertação de Stanleyville pelos paraquedistas belgas. Todos os missionários foram conduzidos à prisão de pé descalço em fila indiana e em galope. Depois, foram conduzidos para a praça em frente da prisão onde toda a população de Wamba oficialmente foi convocada trazendo lanças e facas e eles deviam deitar-se na relva ao lado de outros 16 Belgas. Foi aí que eles foram abatidos por uma rajada de uma metralhadora nas cabeças. Morreram junto com Mons Wittebols os Padres Carlos Bellinckx, Leo Janssen, Christian Vandael, Jacques Moreau e o Irmão André Laureys.

Pe. Henri van der Vegt (1909-1964)
Ele partiu para Congo no dia 11 de outubro de 1939. Nos primeiros dois anos de sua vida de missionário construiu em cada uma dos povoados que ele visitava Igrejas bonitas e resistentes. Que também foram usadas como escola. Depois de 24 anos de labuta em Congo foi assassinado em Stanleyville no dia 25 de novembro de 1964.

Pe. Jean de Vries (1911-1964)
Padre João de Vries, scj nasceu no dia 21 de março de 1911 em Breedevoort - Holanda. Padre Jean partiu para Congo no dia 28 de agosto de 1936. Afável de caráter como ele era, com uma disponibilidade hospitaleira, ele só tinha amigos. Qualquer um podia fazer um apelo nele e com muito carinho ajudava de que precisassem. Depois de 28 anos de serviço em Congo, foi assassinado em Bafwasende no dia 27 de novembro de 1964.

Pe. Henrique Hams (1918-1964)
Padre Henrique Hams, scj nasceu em Weerselo no dia 13 de janeiro de 1918. Padre Henrique partiu para o Congo no dia 15 de janeiro de 1947. Seu primeiro posto era Ibami e o segundo Babonde. Nos últimos anos era superior de Bafwasende. Aqui foi assassinado no dia 27 de novembro de 1964.

Pe. François ten Bosch (1913-1964)
Padre Francisco, scj (François) tem Bosch nasceu em Lichter voorde no dia 05 de agosto de 1913. Por causa da guerra só conseguiu partir para Congo no dia 21 de agosto de 1946. Chegando a Congo foi nomeado para a missão de Batama aonde exerceu suas atividades pastorais até 1962. Depois de suas últimas férias em Holanda em 1962, ficou como vigário Paroquial da Paróquia de Santa Marta na margem esquerda de Stanleyville, aonde os bairros dos indígenas eram pontos de encontros de jovens rebeldes. Aí o Padre Francisco foi assassinado no dia 25 de novembro de 1964 depois de 18 anos de missão em Congo.

Pe. Pedro van de Biggelaar (1918-1964)
Padre Pedro van de Biggelaar nasceu em Beek em Donk no dia 08 de janeiro de 1918. Ele trabalhou em Wamba, Yanonge e Baffwasende. Nos últimos anos de sua vida cuidava de Banili, uma missão, que depois da independência foi fechada. Padre Pedro, scj gastou a maior parte de seu tempo e vida missionária em Congo. Ele foi assassinado e, Bafwasende no dia 27 de novembro de 1964.

Pe. Gerard Nieuwkamp (1932-1964)
Geraldo Nieuwkamp, scj nasceu em Twello no dia 8 de fevereiro de 1932. Padre Geraldo viajou a Congo em 27 de novembro de 1962. Junto com os padres e irmãs de Yanonge ele foi preso e transportado para Stanleyville. Aí foi assassinado no dia 25 de novembro de 1964. Depois da descoberta das atrocidades ocorridas na margem esquerda do rio demorou até algumas semanas antes de acreditar oficialmente que também o Padre Geraldo estava entre as vítimas. Agora ele descansa no meio de outras vítimas no grande sepulcro comunitária no Cemitério de Stanleyville.

Pe. Jean Slenter (1921-1964)
Jean Slenter, scj nasceu no dia 21 de janeiro de 1929 em Terlinden. Pe. Luís, como se chamará depois da sua ordenação, partiu a Congo no dia 21 de agosto de 1959. Ele tinha um caráter calmo e tranquilo e sempre estava pronto para aqueles que precisaram dele. Em 1962 assassinaram aí um plantador branco por ocasião de um assalto na aldeia onde ele estava pernoitando. Os cristãos vieram chamá-lo porque encontraram o corpo junto da ponte. Pe. Luís Slenter foi assassinado depois de cinco anos de trabalho missionário em Bafwasende no dia 27 de novembro de 1964.

Irmão Damien Brabers (1905-1964)
Martinus Brabers nasceu no dia 08 de novembro de 1905 em Breda. Irmão Damião partiu para Congo aonde chegou no dia 07 de abril de 1931. Depois que a escola profissional de Lokandu ficou fechada em 1958, Irmão Damião ficou como Diretor da escola técnica à margem esquerda de Stanleyville. Aqui ele foi assassinado no dia 25 de novembro depois de 33 anos trabalho de missão. 

Irmão Henri Vanderbeek (1912-1964)
Como religioso recebeu o nome de Irmão José Vanderbeek. Quando em 1946 partiu a Congo. Ele sempre estava disponível e dava o melhor de si para a missão. Em Ponthierville ele foi preso e transportado para Stanley-ville. Aí foi assassinado no dia 25 de novembro de 1964.

Irmão Aloysius Paps (1921-1964)
Na sua profissão religioso aceitou o nome de Aloísio, um nome que ele não usou muito. Depois do fechamento da escola técnica de São Gabriel em 1963 ele voltou para Stanleyville, aonde ele organizou uma grande biblioteca. Nestes momentos o Padre Conrad estava esperando por ele para fundar uma nova missão na Margen Direto. Em pouco tempo ele conseguiu transformar uma escola meio acabada numa Igrejinha bonita. Também construiu uma casa paroquial. Foi nesta missão que ele foi preso junto com o vigário e outro padre. Ele foi assassinado no dia 26 de novembro de 1964.

Pe. Charles Bellinkx (1913-1964)
Logo depois da sua ordenação sacerdotal participou da mobilização e da guerra de dezoito dias como padioleiro. Depois ele foi nomeado como ecônomo em Lanaken. Sómernto em 1947 podia ir a Congo. Era um homem integro, atento e corajoso. Um homem de confiança. Às vezes dizia uma ou outra coisa meio áspera, mas o que dizia, era sincero. Era um homem com uma grande convicção e era um sacerdote exemplar. Foi assassinado em Wamba no dia 26 de novembro de 1964.

Pe. Leon Jansen (1926-1964)
Em Congo ele trabalhou em Bafwabaka e em Legu., aonde ele era superior. Todo mundo gostava dele, pois era muito bondoso e cordial. Na sua maneira de pensar, falar e trabalhar ele era calmo, sereno e tinha um bom senso. Foi assassinado no dia 26 de novembro de 1964.

Pe. Cristian Vandael (1929-1964)
Logo na sua chegada em Congo foi nomeado como diretor da escola em Wamba. E depois em Ngayu. Nos últimos anos era ecônomo da escola para Professores em Avakoebi. Graças às suas diversas viagens e a sua sutileza sempre conseguia que não faltasse nada nas comunidades e nas escolas de Avakoebi. Nesta cidade a vida se tornou insuportável por causa da ocupação das Simbas. Avakoebi era um ninho de grupos árabes revoltosos. Por isso foi chamado para se retirar em Wamba, aonde ele foi assassinado no dia 26 de novembro de 1964 junto com os outros padres e religiosos.

Pe. Clémente Burnotte (1930-1964)
Pe. Clemente Burnotte chegou em Congo em 1961. Ele foi destinado para a Diocese de Wamba. Ele se doou de corpo e alma a essa missão. No dia 25 de novembro, depois que Monsenhor e os Padres foram abatidos e brutalizados de todas as maneiras, ele podia dar um supremo testemunho de sua grande caridade. Os Simbas nos haviam autorizados para voltar para a Missão e passar a noite em casa. A maioria dos Padres estavam com feridas graves e o Padre Vanbeek que partilhava o quarto com Padre Clemente, estava com o ombro deslocado por meio de uma coronhada de espingarda. Esquecendo-se de seus próprios ferimentos, o Padre Clemente se ocupa com o colega infeliz, lhe lava os pés e o coloca na cama. Depois, cada meia hora, ele se levanta da sua cama para ajudar o enfermo a mudar de posição. Apesar de sua fadiga ele não fecha os olhos. E quando a uma hora da madrugada os Simbas voltam a bater na porta da casa para levar os Belgas, ele deixou na moldura de sua porta um bilhete: “Deixe o Padre dormir, indicando seu companheiro. Ele não é belga. Eu, eu sou e vou segui-los”. Com seus confrades infelizes belgas, ele partiu para a prisão e para a morte.

Pe. Jacques Moreau (1934-1964)
O Padre Jacque Moreau chegou em Congo no fim de 1962 com sua guitarra nos braços. Logo depois da sua chegada foi nomeado para a Missão de Panga. O Padre Jacques amava profundamente as almas que lhe eram confiados. Seu bom coração, seu temperamento alegre e sua natureza acolhedora abriram o caminho para os mais tímidos. No dia 26 de novembro de 1964, em plena claridade do meio-dia, ele entregou sua bela alma a bala de um Simba. Com seus 30 anos era o mais novo dos nossos missionários. Ele anotava, semana por semana, pensamentos, resoluções de meditações e de preces. A última anotação trazia a data de 5 de outubro. Eram apenas duas linhas: uma citação de São Paulo, mas tão cheio de significação: “Cumpri no meu corpo o que faltava nos sofrimentos de Cristo”. Será que ele já estava com um pressentimento?

Pe. Jerôme Vandermoere (+1964)
Logo depois que ele chegou em Congo em 1961 foi nomeado para Ngayu. Esta foi sua primeira missão. Neste lugar já foi realizado já antes da independência uma grande destruição entre os cristãos pelo Kitawalismo. No fim de 1963 ele foi obrigado a voltar a Bélgica para uma operação de hérnia de disco. Ainda não totalmente recuperado voltou já no mês de junho para substituir a um confrade que passaria dois meses de férias. Um mês seguinte realizou-se o ataque dos rebeldes e no dia 26 de novembro de 1964 foi assassinado em Wamba.

Irmão André Laureys (1913-1964)
André começou seus estudos da humaniora em Tervuren, mas devia abandonar estes estudos uns anos depois e optou para ser Irmão. No dia 08 de setembro de 1932 fez sua Primeira Profissão. Sentiu as consequências da mobilização causada pelos alemães, foi preso até fevereiro de 1941. Logo depois da guerra, no dia 24 de julho de 1946, partiu para Congo. Em outubro de 1964 ele foi transferido para Ibambi, mas um mês depois foi preso e levaram-no para Wamba. No dia 26 de novembro foi massacrado junto com o Bispo e outros Confrades.

Pe. Amour Aubert (1927-1964)
Após muitos anos de apostolado na Diocese de Wamba como diretor de escolas, ele pede em 1959 sua admissão na Diocese de Stanleyville. Como foi a morte deste jovem confrade? Como nos disseram pelo Padre Conrad, nós aguardamos a este assunto os pormenores definitivos. O ideal de Padre Aubert se realiza em todo caso de uma maneira mais revolucionária que ele jamais imaginara pelo simples ato do amor supremo. Sabemos que ele foi assassinado em Stanleyville na sua missão, no dia 26 de novembro de 1964.

Pe. José Conrad (1915-1964)
O Padre José Conrad nasceu como um grande otimista. Desde o início da sua chegada em Congo trabalhou na cura de almas dos Congoleses em Stanleyville. Nunca se sentiu como sacerdote colado, mas sempre um que está em missão percorrendo as grandes distâncias. No dia 25 de novembro ele foi acusado por seu auxiliar de ter um transmissor de rádio enquanto estava escutando as notícias. Ele foi imediatamente preso no local mesmo, junto com seu coadjutor, o Padre Amour, João Evangelista Aubert e o irmão José Aloísio Paps. Levaram-nos para fora da cidade e logo depois do cemitério eles foram assassinados numa distância de um quilômetro de sua casa.

Pe. Henrique Verberne (1924-1964)
No dia 15 de setembro de 1956 partiu para Congo. Em 1961, durante as primeiras dificuldades, ele estava totalmente sozinho na missão de Yalenko. Em 1962, ele se mudou para a missão de Yanonge, aonde foi preso. Foi transportado para Stanleyville e aí, no dia 25 de novembro de 1964, foi assassinado.

Pe. Hermano Bisschop (1919-1964)
No dia de São Nicolau, 05 de dezembro de 1947 ele partiu para Congo. Algumas vezes para Stanleyville. Até conseguiu levar para Stanleyville o Irmão José que estava muito doente. Ele mesmo voltou para seu posto e ficou aí apesar de que a situação lá era muito mais perigosa. Padre Bisschop foi assassinado no dia 25 de novembro de 1964.

Pe. Jean Trausch (1918-1964)
Logo na sua chegada em Congo, em 1947, Padre Jean começou a trabalhar em Ponthierville. Sempre alegre e com muito entusiasmo, era amigo de todos com que se encontrava. Durante a revolta dos Simbas muitas vezes ele era o alvo deles que o provocavam constantemente. Mesmo assim mantinha sua calma e serenidade. Quanto à morte ele a pressentia como certa para ele e para seus colegas sacerdotes. Também a pressentia para as Irmãs da Doutrina Cristã para as quais ele não conseguia mais assegurar a proteção. No dia 23 de novembro ele foi preso e transportado para Stanleyville junto com Padre Schuster, Irmão Henri e sete Irmãs. Meia noite eles chegaram à margem esquerda do rio e não podiam mais ser transportados para a margem direita. Dois dias mais tarde, no dia 25 de novembro de 1964, à noite, eles encontraram a morte em circunstancias trágicas na margem esquerda do rio.

Pe. Arnold Schouwenberg (1918-1964)
No dia 15 de fevereiro de 1947, padre Arnold partiu para a missão no Congo. Seu primeiro posto era Lubuto. Este posto de missão lhe ficou sempre muito caro. Depois de suas férias na Holanda, em julho de 1964, ele não alcançou mais seu posto. Depois de uma visita a seu Irmão, o Irmão Arnulfo, em Avakoebi caiu gravemente doente. Ele pegou uma hepatite muito forte. Recuperou-se da doença, mas por causa da rebelião não conseguiu mais chegar em Stanleyville. Padre Wiro (como era chamado nas estações por onde passou) foi assassinado no dia 27 de novembro de 1964 em Bafwasende.

Irmão Arnulf Schouwenberg (1923-1964)
Willy Schouwenberg nasceu no dia 21 de dezembro de 1923 em Swalmen –Holanda. Ele seguiu seu irmão Arnoldo por alguns anos na formação para a vida sacerdotal em Bergen op Zoom. Pareceu-lhe pesado demais e decidiu para seguir a vida religiosa como Irmão. Irmão Arnulfo partiu para Congo no dia 21 de março de 1956. Ele era muito querido entre os seus confrades. Irmão Arnulf foi assassinado no mesmo dia que seu irmão Arnoldo, em Bafwasende, no dia 27 de novembro de 1964.

Pe. Guilherme Vranken (1929-1964)
Padre Vranken partiu para o Congo em 07 de abril de 1964. foi lhe confiado a sua primeira estação de missão em Batama. Os dois Padres que estavam aí criaram novo ânimo com essa nova força brilhante. Um “patinho feio” (fusquinha) que ele recebeu de seus muitos amigos da Holanda, chegou no mês de julho. O bichinho, como ele dizia, prestaria muito serviço para as grandes viagens pelas selvas desta missão. Padre Guilherme Vranken voltou da primeira viagem com o fusquinha quando os Simbas levaram o carro. Depois de ter trabalhado durante meio ano no Congo, ele foi preso e brutalmente assassinado, em Bafwasende, no dia 27 de novembro de 1964.

MÁRTIRES DEHONIANOS NOS CAMARÕES.

Pe. Francis Xavier Musslin (1916-1959)
Francisco Musslin nasceu no dia 02 de dezembro em Riedisheim (Alsácia). Em 29 de setembro de 1934, em Amiens, Ele emitiu os votos religiosos na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Foi ordenado sacerdote em 1949. Como missionário, doou-se inteiramente em prol dos pobres e marginalizados, sua atividade missionária foi nos Camarões. No dia 30 de agosto de 1959, ele foi morto, na Estação Missionária de Bonaberi.

Pe. Lourenço Egidio Héberlé (1907-1959)
Lourenço Héberlé nasceu em Alb (Alsácia), em 1907. Ele emitiu os primeiros votos religiosos em Brugelette (Bélgica), tornando-se membro da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Fora ordenado sacerdote em Lille, no dia 10 de julho de 1932. Iniciou suas atividades missionárias nos Camarões em 1934. Ele também foi morto em uma Estação Missionária de Bafang.

Irmão Valentim Sarron (1920-1959)
Valentim Sarron nasceu no dia 23 de julho de 1907, em Aix La Fayette (Puy-de Dôme), França. Ele emitiu os votos na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, no dia 16 de junho de 1939. Agora, os votos perpétuos foram emitidos em 1943. Irmão Valentim foi para os Camarões como missionário. Ele foi morto na mesma estação Missionária que padre Lourenço foi assassinado.

MODELOS DE VIDA DEHONIANA EM INDONÉSIA.

Pe. Petrus Mathias Cobben (1903-1945)
No dia 12 de maio de 1932, um ano depois da sua Ordenação, Padre Pedro Cobben partiu para Indonésia junto com Irmão Fidelis Richardus van den Ende e quatro freiras. Em 1942 foi preso pelos Japoneses junto com os outros Padres e Irmãos e internado no campo de concentração que fica em Muntok na ilha de Banka. Padre Pedro tinha um corpo muito forte e o processo da privação quase total de alimento lhe custou muito. Ficou muito franzino, mas apesar disso ele fez questão de continuar a dar assistência aos pacientes nas enfermarias ou nos quarteirões do acampamento. Suas forças se acabaram. Por causa das febres altas ele começou a delirar. De melhor maneira possível ele se confessou e depois de ter recebido o Sacramento dos Enfermos, morreu. Isso aconteceu no dia 12 de fevereiro de 1945 em Muntok.

Pe. Andréas Gebbing (1907-1945)
Em 1937 os Padres do Sagrado Coração fizeram uma nova fundação em Metro. Padre André Gebbing era um deles. Ele e o Padre Boeren foram os primeiros missionários que já antes da guerra (desde 1937) visitaram regularmente, saindo de Metro, os transmigrantes na região de transmigração Belitang na fronteira do atual Província Lampong e a província do Sul de Su-matra. Nos primeiros anos de sua prisão se distinguia como o alfaiate, que costurava e reparava a roupa dos outros. Depois também ficou enfermeiro. Até que ele mesmo caiu doente. Ele aceita sua situação e seu sofrimento no espírito da Congregação que ele amava profundamente: Como sacrifício de reparação e amor ao Coração de Jesus. Ele repetia uma frase que aprendeu no Noviciado: “Pedir nada, e queixar-se de nada, mas com coragem carregar a cruz. Tudo isso ajuda o homem (a alma) para não desistir”. Padre Andréas morreu após receber o Sacramento dos Enfermos, em Muntok na Indonésia.

Pe. Francisco Borgias Hofstad (1904-1944)
Padre Francisco era dono de uma saúde robusta quando viajou a Sumatra, mas a febre da malária que o atacava regularmente arrasava este corpo e o mudava em um “esqueleto”. Durante a ocupação Japonesa da Indonésia ele foi preso. Ele foi internado no campo de concentração de Muntok na ilha de Banka. O médico o aconselhou receber o Sacramento dos Enfermos. Quando ele recebeu os Sacramentos, logo depois, ele renovou em plena consciência os seus votos. Suas últimas palavras foram: “Eu vou no mesmo caminho que o Padre Kappers” (Este faleceu no dia 07 de novembro de 1944). E, realmente, alguns dias depois, no dia 02 de dezembro de 1944, ele faleceu na enfermaria do campo de Muntok.

Pe. Isidorus Gabriel Mikkers (1897-1944)
Padre Isidoro Gabriel partiu um ano depois da sua Ordenação, no dia 21 de março de 1925, para Sumatra. Era o dia em que Padre Dehon completava seu 82º aniversário. Foi o próprio Padre Dehon que aceitou a missão da Indonésia. Em abril de 1942, padre Mikkers foi preso pelos Japoneses e internado no campo de concentração de Mumtok, na ilha de Banka. Quando recebeu os sacramentos, renovou os seus três votos religiosos e ainda foi capaz para pronunciar uma meditação para todos aqueles que estavam presentes na solenidade. Nesta pregação, ele exortava a todos para serem fiéis a Cristo. Alguns dias depois o Padre Isidorus Gabriel Mikkers morreu, na enfermaria do campo de concentração in Muntok, no dia 22 de fevereiro de 1945.

Irmão Mattheus Gerardus Schulte (1897-1944)
Geraldo Schulte emitiu seus Primeiros Votos em Asten no dia 19 de março de 1924. Deste momento em diante foi chamado Irmão Mateus. Em 1929 partiu para a Indonésia. Ele tinha experiência com marceneiro, inclusive, no Campo de Concentração, ele fez todo tipo de móveis e outras coisas que seus Confrades e tantos outros presos necessitavam, assim como cadeiras, mesas e tamancos, etc. Quando ele passou por um período horrível de fome, começou a ter muitas e terríveis dores, causadas por feridas antigas da fratura da sua perna. Sua situação de saúde não melhorou em nada, pelo contrário, as feridas na sua perna aumentavam cada vez mais e a febre era intensa. Antes de morrer, renovou seus votos religiosos. Alguns dias depois, no dia 14 de outubro de 1944, morreu na idade de 47 anos. Ele foi o primeiro do grupo dos SCJ que morreu no campo de Muntok na Ilha de Banka.

Pe. Theodorus Thomas Kappers (1903-1944)
No dia 07 de outubro de 1942 partiu para Sumatra – Indonésia. Partilhou a sorte de todos os outros Padres e Irmãos e, em 1942, foi internado no campo de concentração pelos Japoneses. Certo momento foi atacado de novo por uma violenta febre ao ponto de perder os sentidos. Padre Kappers recebeu os Sacramentos dos Enfermos e, no dia 07 de novembro de 1944, faleceu. Ele estava com 41 anos.

Pe. Francisco Johannes Bosco van Iersel (1908-1944)
Francisco viajou no mês de julho de 1936 para Sumatra enquanto seu Irmão Gêmeo viajou para o Brasil. ele foi internado, primeiramente em Pa-lembang e mais tarde foi levado para Muntok. Durante a sua permanência no campo de concentração dos Japoneses, ele cuidava com todo carinho dos enfermos na seção de internamento tanto em Palembang como em Muntok. Padre Francisco apresentava um quadro febril e com o passar dos anos a febre ficava mais intensa. O Padre que naquela noite ficou de plantão, lhe administrou o Sacramento dos Enfermos. No dia seguinte, no momento da chamada da manhã, os outros prisioneiros ouviram que o Padre Van Iersel naquela noite faleceu.

Pe. Pedro Nicasius van Eyck (1907-1944)
Padre Pedro, assim era seu nome de chamada – era dono de um corpo forte e robusto. Era forte que só carvalho, forte com um carvalho que é a tradução de seu nome. E por isso não era de admirar que ele, no início de seu internamento, trabalhasse na horta. Um tempinho mais tarde solicitou para trabalhar como enfermeiro. Ele mesmo às vezes sofria de pesada ataques de febre, mas, dia e noite, se esforçava para dar toda assistência e conforto aos enfermos. Depois que ele durante algo tempo estava deitado no seu tapete de dormir, ele começou a gemer, seu corpo começou a tremer e de vez perdeu os sentidos. O médico dizia que seu coração não estava em ordem e deu-lhe uma injeção. Mas não adiantou. Recebeu o Sacramento dos Enfermos e, algumas horas mais tarde, ele faleceu. Estava com 37 anos.

Irmão Wilfridus Theodorus van der Werf (1898-1944)
Em 1942 ele foi preso e afinal chegou no campo de concentração de Muntok. Ele ficou vítima da febre e, além disso, apresentou-se no seu corpo toda a comichão, e o que o incomodava muito era o borbulho, pernas inchadas e cólicas. A febre alta causou nele a perda dos sentidos. Foi transportado para a enfermaria, aonde recebeu o Sacramento dos Enfermos. Ele morreu com 46 anos de idade, no dia 08 de dezembro de 1944, em Muntok, no mesmo dia que o Padre Guilherme Hoffman.

Pe. Wilhelmus Francisco Hoffmann (1910-1944)
Guilherme, junto com um companheiro de classe, Padre Teodoro Wilibrordus Borst, viajou de navio para Sumatra. Ele foi internado no campo de concentração de Muntok. Padre Hoffmann era conhecido como um Padre alegre. Ele assistia e amenizava as dores de muitos doentes. Após se doar pelo próximo, padre Hoffmann acabou adoecendo também. Ele pegou uma disenteria tão violenta que provocou a sua morte. Estava consciente de que a morte se aproximava. “Acabou-se comigo” dizia e pediu os Sacramentos dos Enfermos. Numa entrega total recebeu a Unção dos Enfermos e a Santa Comunhão e renovou seus votos. Ele morreu no dia 08 de dezembro, data que a igreja celebra a festa da Imaculada.

Pe. Henricus Norbertus (Dagobert) van Oort (1888-1944)
Henrique, como era seu nome de chamado, escolheu para si como nome religioso Norberto, um religioso santo missionário na Holanda. No ano seguinte a sua ordenação, no dia 09 de augusto de 1924 partiu para a nova missão em Sumatra. No primeiro tempo de seu internamento no campo de concentração em Muntok ficou sem febre ao contrário de seus confrades. Sofria bastante de borbulho, mas o mais que possível participava em tudo. Certo momento a fraqueza era tanto que ele pediu os Sacramentos dos Enfermos que ele recebeu com plena consciência. Depois renovou os seus votos religiosos. Ainda viveu alguns dias e morreu em toda calma.

MÁRTIR DEHONIANO NO BRASIL

Pe. Adriano Paulo Punt (1913-1975)
Adriano Punt nasceu no dia 23 de fevereiro de 1913 em Alkmaar – Holanda Fez sua Primeira Profissão em Asten no dia 08 de setembro de 1934. Depois de sua profissão trabalhou durante dois anos no “Seminário Cristo Rei” em Helmond como estagiário. No dia 28 de novembro de 1936 viajou ao Brasil e terminou seus estudos no Seminário Cristo rei em Camaragibe. Aí recebeu a Ordenação Sacerdotal no dia 30 de novembro de 1941. Em 1968, o Padre Paulo começou um novo trabalho no Distrito de Tamandaré. Ele sofreu muitas perseguições, a primeira foi a de ser chamado de comunista. Comprometido, sobretudo, em buscar uma vida melhor para sua gente, o Padre Paulo não percebeu a trama que estavam levantando contra ele. Para que sua morte não aparecesse como um assunto encomendado, inventaram uma falsa acusação. Os opositores de Padre Paulo, que não estavam de acordo com seu apoio à gente simples (conscientização e organização dos pescadores), insinuaram a um ex-oficial da polícia que sua mulher estava tendo relações com o Padre e que um de seus filhos era filho do Padre. Ele foi assassinado no dia 15 de dezembro de 1975.



Fonte: Arquivos Dehonianos.



 
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